segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Daniel 4

¶ Nabucodonosor rei, a todos os povos, nações e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada.
Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração.
¶ Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio.
Tive um sonho, que me espantou; e estando eu na minha cama, as imaginações e as visões da minha cabeça me turbaram.
Por isso expedi um decreto, para que fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho.
Então entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação.
Mas por fim entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:
Beltessazar, mestre dos magos, pois eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação.
Eis, pois, as visões da minha cabeça, estando eu na minha cama: Eu estava assim olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;
Crescia esta árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra.
A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha dela.
Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu,
Clamando fortemente, e dizendo assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos.
Mas deixai na terra o tronco com as suas raízes, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da terra;
Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos.
Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele.
Este sonho eu, rei Nabucodonosor vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação, porque todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a sua interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
¶ Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei, dizendo: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, dizendo: Senhor meu, seja o sonho contra os que te têm ódio, e a sua interpretação aos teus inimigos.
A árvore que viste, que cresceu, e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra;
Cujas folhas eram formosas, e o seu fruto abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual moravam os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu;
És tu, ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; a tua grandeza cresceu, e chegou até ao céu, e o teu domínio até à extremidade da terra.
E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e dizia: Cortai a árvore, e destruí-a, mas o tronco com as suas raízes deixai na terra, e atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos;
Esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor:
Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
E quanto ao que foi falado, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina.
Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue a tua tranqüilidade.
¶ Todas estas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor.
Ao fim de doze meses, quando passeava no palácio real de babilônia,
Falou o rei, dizendo: Não é esta a grande babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?
Ainda estava a palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.
E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
Na mesma hora se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens, e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pêlo, como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves.
¶ Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.
E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?
No mesmo tempo tornou a mim o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e buscaram-me os meus conselheiros e os meus senhores; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada.
Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são verdade, e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.

Livro: Bíblia

Daniel 4:1-37

;)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

No ônibus

 Quando eu volto da escola e vou para casa, vou de ônibus. Vejo todo tipo de pessoa passar pela roleta. Já vi aquelas pessoas bem altas que tem que se agachar para não baterem a cabeça no teto, já vi aqueles baixinhos que de longe parecem crianças, já vi aquelas pessoas que tem uma largura... Digamos... exagerada (resumindo os gordos que chamo de fofinhos), esses sim tem um problema tremendo, as vezes a barriga fica presa na roleta. Mas, o problema que eu acho maior, são pessoas como eu, que só tem osso e órgãos, tem que fazer o maior esforço pra passar pela roleta. Empurra com a "barriga", com os braços, as costas, os pés, até que finalmente, o cobrador decide lhe dar uma forcinha, literalmente.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Trova de Margarida Ottoni

Se quiseres conquistar,
deixa o modo imperativo,
e conjuga o verbo amar
com jeitinho indicativo.

Amar, verbo transitivo
que nos altera a razão
faz do sujeito um cativo,
do objeto, o rei da oração

(Cantigas do entardecer - trovas. Rio de Janeiro: Edições Artesanais, 2001)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sonhos

 Ao ver a lua, sonho, sonho como criança.
Depois, olho para a rua,
Aquela faixa preta, cheia de confiança, ela dança.

 As estrelas pulam de alegria,
Brilhando no céu, agora negro.
Brincam com os planetas,
Cheios de euforia.

Continuo fitando os olhos para a janela,
Agora com os olhos fechados,
Que será que me aguarda, em minha terra?:

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Avesso

Quem sou eu e meu avesso? Que urdiduras na sombra, que tramas secretas num quarto escuro de mim? Quem sou eu quando durmo ou quando de olhos abertos me arremesso para o futuro saltando sobre ilhas e desertos? Quem sou eu quando me confundo e tropeço, alço voo e mergulho?

Poema Matinal

Entra o sol, gato amarelo, e fica à minha espreita, no tapete claro. Antes de abrir os olhos, sei que o dia Virá olhar-me por detrás das árvores. Ah! sentir-me ainda vivo sobre a face da Terra enquanto a vida me devora... Me espreguiço, entredurmo... O anjo da luz espera-me Como alguém que vigiasse uma crisálida. Pé ante pé, do leito, aproxima-se um verso para a canção de despertar; os ritmos do tráfego vibram como uma cigarra, a tua voz nas minhas veias corre, e alguns pedaços coloridos do meu sonho devem andar por esse ar, perdidos... MARIO QUINTANA