quinta-feira, 3 de abril de 2014

Poema Matinal

Entra o sol, gato amarelo, e fica à minha espreita, no tapete claro. Antes de abrir os olhos, sei que o dia Virá olhar-me por detrás das árvores. Ah! sentir-me ainda vivo sobre a face da Terra enquanto a vida me devora... Me espreguiço, entredurmo... O anjo da luz espera-me Como alguém que vigiasse uma crisálida. Pé ante pé, do leito, aproxima-se um verso para a canção de despertar; os ritmos do tráfego vibram como uma cigarra, a tua voz nas minhas veias corre, e alguns pedaços coloridos do meu sonho devem andar por esse ar, perdidos... MARIO QUINTANA

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